Ecos

Muito mais do que a luz,
as sombras e os reflexos
são reveladores.

“os objetos interpenetram-se...
expandem-se sensivelmente
por meio dos seus próprios reflexos,
tal como nós, pelo olhar
e pelas palavras...”

Ecos #02 - IMG_5678.jpg

A minha memória está aí, tentando empurrar algo desse passado para dentro desse presente.

Ecos, leia o texto

Descobri o trabalho de Morandi em 2001. Naquele ano, freqüentava um curso de desenho e frente à minha compulsão em desenhar garrafas, apresentaram-me as pinturas de Morandi...
  • No ano seguinte, 2002, e posteriormente em 2004, viajando pela Itália, passei por Bologna e visitei o Museo di Morandi. Tive a grata surpresa em 2002 de descobrir que lá havia uma sala, uma réplica do estúdio de Morandi, com todos os objetos e móveis que lhe eram caros e com os quais ele conviveu grande parte de sua vida. Fotografei esse acervo nas duas ocasiões, de forma improvisada, utilizando uma câmera analógica, sem flash. De tempos em tempos percorria o olhar sobre esse material e era tomada por um desejo muito forte de elaborar um trabalho que tivesse tudo aquilo como ponto de partida.

    No final de 2010, finalmente tomei a decisão de fotografar naturezas-mortas. Passei a garimpar objetos tendo sempre os objetos de Morandi como referência e montei minhas próprias naturezas-mortas. Num segundo momento, ampliações de algumas de minhas antigas fotos feitas em Bologna, foram utilizadas como cenários, meus objetos tentando entrar em sintonia fina com os dele. 

    Alice Grou

“Meu atelier de Morandi”

“Meu atelier de Morandi”